CALDEIRA FRIA

CALDEIRA FRIA

NESSA CALDEIRA ARDENTE,
EXPLOSÕES DE UM CALOR INFERNAL.
OLHARES RUMO A NEGRAS NUVENS,
RESVALADAS PELAS CINZAS
QUE INFESTAM E ALUCINAM AS MENTES.
O BAMBUZAL AO LONGE ALVOROÇA,
SENTINDO ESTALAR O SEU CORPO
NO RANGER QUE TRINCA-LHE ATÉ SEUS NÓDULOS.
E, NO PRISMA DE UMA VISÃO ASSIM,
OS PESADELOS ASSOMBRAM,
NA BOCA DE VORAZES LOBOS
QUE ESPERAM A VINGANÇA DA PROPRIA MORTE.
QUISERA QUE OS TORMENTOS CESSASSEM,
PARA BEBER UM POUCO DÁGUA,
SOLVENDO NAS LÁGRIMAS DO ROSTO SUJO,
NOS OLHOS QUE VERTEM NO HORIZONTE.
QUEM SABE ESBOÇAR UM CERTO ALÍVIO,
ENQUANTO SABOREAR UM CADINHO DE VENTO
UM LEVE FRESCOR DESSE INFERNO...
MAS A FUMEGANTE FORNALHA INCENDEIA,
NAS LABAREDAS ASSUSTADORAS E CRUÉIS,
QUE DIZIMAM TODO SABOR DA VIDA
TORNANDO OS OLHARES VAZIOS
NAS BRASAS DESSA CALDEIRA FRIA...

AUTOR – JOÃO BATISTA BARBOSA
MIMOSO DO SUL – ES – 0049.0059 ES
COMUNIDADE POETA JÕAO BATISTA BARBOSA
msn papelariab@hotmail.com celular 28 99692488